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Irã reverte desaceleração no enriquecimento de urânio

Irã reverteu uma desaceleração de meses na taxa de enriquecimento de urânio para até 60% de pureza, próximo ao grau usado em armas, disse o órgão de vigilância nuclear da ONU (Organização das Nações Unidas) nesta terça-feira (26).

Muitos diplomatas acreditavam que a desaceleração, que havia começado em junho, era o resultado de negociações secretas entre os Estados Unidos e o Irã que levaram à libertação de cidadãos norte-americanos detidos em território iraniano neste ano.

O Irã já tem urânio suficiente enriquecido a até 60% para fabricar três bombas nucleares, de acordo com a definição teórica da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), e mais em níveis mais baixos de enriquecimento. O Irã nega a busca por armas nucleares.

O Irã “aumentou sua produção de urânio altamente enriquecido, revertendo uma redução de produção anterior a partir de meados de 2023”, disse a AIEA em um comunicado que resume um relatório confidencial para os Estados membros visto pela Reuters.

O Irã está enriquecendo a até 60%, perto dos cerca de 90% que são considerados grau de armamento, em sua PFEP (Planta Piloto de Enriquecimento de Combustível) em seu amplo complexo de Natanz e em sua FFEP (Planta de Enriquecimento de Combustível de Fordow), que é escavada em uma montanha.

Desde a desaceleração, essas usinas estavam enriquecendo urânio a até 60% a uma taxa de cerca de 3 kg por mês, disse a AIEA.

“A Agência confirma que, desde o final de novembro de 2023, a taxa na qual o Irã tem produzido urânio enriquecido até 60% de U-235 nessas duas instalações combinadas aumentou para aproximadamente 9 kg por mês”, disse o relatório aos Estados membros.

De acordo com a definição teórica da AIEA, cerca de 42 kg de urânio enriquecido a 60% é a quantidade com a qual não se pode excluir a possibilidade de fabricação de uma bomba nuclear.

R7 Noticias