Antonio Luciano Teixeira
OESTE PAULISTA

Tupi Paulista – Tema : Uma tragédia em palavras

Difícil é encontrar a palavra certa para a situação que pretendemos abordar.

Mais uma vez o país passa por provação, teste de resiliência, mas cheio de solidariedade, esbanjando partilha com muita compaixão e transbordante de ações voluntárias.

O voluntario apareceu e como o próprio significado da palavra diz, é aquele que se compromete com um trabalho, ou assume a responsabilidade de uma tarefa, sem ter a obrigação de o fazer. É puro patriotismo, coragem de deixar tudo e partir para a missão que chama, que grita socorro mesmo sem dizer em palavras.

Somente na última década, aconteceram desastres naturais como tempestades, inundações, enxurradas, deslizamentos e alagamentos em milhares de municípios brasileiros, registrando estado de emergência ou estado de calamidade pública.

Esses desastres afetaram a vida de milhões de pessoas, que tiveram de abandonar as próprias casas e muitos perderam além da casa a vida.

A lista é grande de casos como o rompimento das barragens em Brumadinho 2019 e em Mariana 2015, vazamentos de óleo e casos com interferência humana não foram considerados. Mas podemos registrar o Vale do Itajaí (2008); a região serrana no Rio de Janeiro (2011); Minas Gerais (2020); Petrópolis (2022): Pernambuco (2023) e por último Rio Grande do Sul (2024).

Com tudo isso não faltou solidariedade de um povo sofrido, mas que não arrega a um ato de bondade e compreensão ou um sentimento, uma união de simpatias, interesses em ajudar o próximo. Sempre partilhando o pouco que se multiplica como na parábola bíblia.

Em cada irmão ele vê Jesus Cristo. Partilhar será para ele servir Jesus presente em cada irmão.

Cada gesto de partilha acaba por ser um ato de fé e um ato de amor.

O sentimento piedoso de simpatia para com a tragédia de outrem, acompanhado do desejo de minorá-la; participando da infelicidade alheia que suscita um impulso altruísta de ternura para com o sofredor.

Isso já é a compaixão, que está incutida em cada ser e no caso em cada brasileiro.

Voltamos a resiliência é a capacidade de voltar ao estado normal. No campo da psicologia, resiliência significa resistência ao choque, à adversidade.
A resiliência humana é uma habilidade desenvolvida a partir da capacidade da pessoa de encontrar soluções para se flexibilizar e se adaptar às situações que fogem de seu controle.

E pelo que se acompanha, em cada caso dos acima citados sempre fogem ao controle, das vítimas e de quem deveria cuidar, arregaçar as mangar a lutar para minimizar a situação que se torna caótica, pois são pessoas, animais e bens que não podem esperar.

Como o popular Santo Expedito padroeiro das causas urgentes diante da tentação em protelar para amanhã disse firme: “Hodie, hodie, hodie!”, que significa “hoje, hoje, hoje”. Muitas discussões vazias.

Preocupações que deveriam ser ações, a hora é de dar as mãos se sujar na lama pelo bem comum, para limpar a consciência do dever cumprido, as conspirações e divergências ideológicas deveriam dar lugar ao companheirismo a mobilização nacional, mas de todos, sim todos.

Ninguém pode ficar de fora, todas as forças são importantes, do menor ao maior, é nessa hora que se separa o joio do trigo. É hora de conhecer quem é quem.

Quem salva as vidas é o cidadão, o trabalhador, o empreendedor.

Mas não podemos desprezar as responsabilidades primeiras que estão definidas na Carta Magna de 1988. “Art. 21. Compete à União: Inciso XVIII – planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações”;

Resta uma palavra, GRATIDÃO aos que se sentem irmanados com as vítimas de mais uma tragédia e se dispõem de algum modo a contribuir à sua maneira.

Antonio Luciano Teixeira