OESTE PAULISTA

Tupi Paulista – Capacitismo

De quando em quando somos pegos com alguns termos que até nos surpreendem, desta vez é o Capacitismo (em inglês: ableism).

O termo capacitismo é relativamente novo e pouco utilizado no Brasil.

Ganhou notoriedade nos Estados Unidos na década de 1980 durante os movimentos pelos direitos das PcD (Pessoa com Deficiência), é a discriminação e o preconceito social contra pessoas com alguma deficiência.

Em sociedades capacitistas, a ausência de qualquer deficiência é visto como o normal, e pessoas com alguma deficiência são entendidas como exceções; a deficiência é vista como algo a ser superado ou corrigido, se possível por intervenção médica; um exemplo de postura capacitista é dirigir-se ao acompanhante de uma pessoa com deficiência física em vez de dirigir-se diretamente à própria pessoa, ou quando a chamamos pela deficiência, como “cadeirante”, “o ceguinho”, e não pelo nome, desconsiderando a individualidade do ser humano.

Exemplo de falta de acessibilidade para atravessar vias, no Brasil usa-se para descrever a discriminação, preconceitos e opressão contra pessoas com deficiência físico-motora, visual, auditiva, intelectual, de aprendizagem, condições do espectro autista, colostomia, entre outras, advindos da noção de que pessoas com deficiência são inferiores às pessoas sem deficiência.

Inclui desta forma, tanto a opressão ativa e deliberada (insultos, considerações negativas, arquitetura inacessível) quanto à opressão passiva (como reservar às pessoas com deficiência tratamento de pena, de inferioridade/subalternidade).

O capacitismo pode ser relacionado às pessoas com deficiência assim como o machismo para as mulheres ou o racismo para negros, em especial, e a pessoas de outras cores de pele que são, geralmente, a caucasiana (o termo caucasiano foi criado como sinônimo de “raça branca” por acreditar-se ter sido na região de Cáucaso (localizado entre o mar Negro e o mar Cáspio) que as primeiras pessoas de pele branca teriam surgido).

Se baseia numa determinada concepção anatômica e psicologicamente padronizada, ou seja, um padrão de corpo, mente, ou comportamento definido como perfeito, típico da espécie humana.

Não conseguimos encontrar o seu registro na legislação brasileira.

No entanto, a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) estabelece no seu artigo 4º que “toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades como as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação”.

Muitas pessoas, até mesmo pela falta de conhecimento, acabam tendo comportamentos e reproduzindo frases capacitistas.

Por isso, é muito importante buscar informações para que possamos fazer a diferença e quebrar esta corrente de preconceito.

Então, aqui vão alguns exemplos de frases capacitadas para você tirar do seu vocabulário:

“Fingir demência”, “Dar uma de João sem braço”, “Não temos braço para fazer tudo isso”, “Dar uma mancada”, “Está cego/surdo?”, “Estou cego de raiva”, “Mais perdido que cego em tiroteio”, “Para de ser retardado”, “Mudinho/ceguinho”, “Nem parece que você é uma pessoa com deficiência”, “Você não tem cara de autista”, “Você não tem cara de surdo/surda”, “Seu problema não tem cura?”, “Pensei que você era normal”, “Apesar de PCD, você parece feliz”, “A gente só recebe o fardo que consegue carregar”, “Será que seus filhos vão nascer normais?”, “Mas como você faz as coisas tendo essa deficiência?”
“Se você quer construir um mundo anti-capacitista, comece a transformar os ambientes aos quais pertence e seja a mudança que quer ver no mundo”!

Antônio Luciano Teixeira

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