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Tupi Paulista – Acabou mês de agosto, ficaram as crendices

Existem muitas lendas e superstições sobre o mês de agosto. A crença de que é mês azarado, comum entre pessoas da cidade e do interior, pode parecer ingênua, mas atire a primeira pedra quem nunca escutou dizer que sexta-feira 13 de agosto é o dia mais agourento do ano.

Eu e minha família nos mudamos para uma cidade maior justamente em um 13 de agosto de algumas décadas atrás, mas não era sexta-feira. Então não tivemos nenhum azar com a decisão da mudança, será que foi porque era quinta feira “hahaha”)? “Não é à toa que se diz: agosto é o mês do desgosto.

Se para muitos o dito popular é apenas rima, alguns torcem o nariz quando o oitavo mês do ano chega. Pelo sim pelo não, os supersticiosos não dispensam amuletos e rituais para espantar o azar do mês do mau agouro. Afinal, como dizem nossos hermanos: Yo no creo em las bruxas, pero que las hay, hay”.

O porquê da fama do mês ninguém sabe ao certo. Lendas e mitos foram surgindo ao longo dos anos. Para início de conversa, agosto nem existia no calendário romano; julho também não.

Foi em homenagem aos imperadores romanos César Augusto e Júlio César que estes meses foram instituídos no calendário gregoriano. “Antes, agosto era chamado Sextilis e até então tinha só 30 dias, mas resolveram lhe acrescentar mais um dia.

E quem pagou o pato foi fevereiro que perdeu mais um dia, ficando com apenas 28”, explica um professor, especialista em folclore. Durante a nossa pesquisa encontramos alguns relatos que dão conta que, no século I, os antigos romanos já temiam o mês de agosto, por acreditar que, nessa época, um dragão cuspindo fogo aparecia no céu durante a noite.

Na verdade, era apenas a constelação de Leão, que fica mais visível durante o período do ano. Alguns fenômenos da natureza explicam muita coisa. Agosto é conhecido como mês do cachorro louco. Nesse mês, é comum os cães e outros animais como gatos, cavalos, bois e morcegos pegarem raiva. Este é realmente um período onde a doença pode se espalhar mais facilmente, por causa da maior quantidade de cadelas e outras fêmeas no cio. Na disputa os machos acabam brigando, aumentando, assim, as chances de transmissão da doença.

Outros ingredientes ainda se acumulam para dar fama de azar a agosto. “No Brasil, é um tempo de muito vento invernal, muitos nevoeiros nas estradas e consequentes desastres rodoviários. Também, por ser inverno, as árvores não ostentam belas folhagens. E por ser tempo de entressafra, os animais dão menos leite, o que só faz aumentar a fama do mês. É, igualmente, um período com propensão para doenças respiratórias”. Isso sem contar as queimadas, comuns por causa do tempo seco e facilmente espalhadas por causa do vento forte.

O mês também tem fama de ser agourento para as noivas. Não é à toa que o número de casórios comprovadamente cai em agosto.

Pesquisas apontam que a crença nas aparições e azares do mês estão diminuindo drasticamente, principalmente nos grandes centros, restando ao interior, que ainda carrega muitas das crendices de agosto. As superstições que passaram de geração em geração nestes mais de 500 anos no Brasil, a tendência é irem desaparecendo.

Para evitar o azar existem diversas superstições que certamente você conhece alguma. Também muitos fatos marcaram o mês de agosto deixando-o assim, muito mais curioso.

Antonio Luciano Teixeira

 

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