“Parque é homenagem justa ao Zé Celso”, diz viúvo à CNN sobre disputa com Silvio Santos por terreno
A construção de um parque na propriedade que está em volta do Teatro Oficina, no bairro do Bixiga, em São Paulo, seria uma “homenagem justa” ao Zé Celso, disse o diretor e viúvo do dramaturgo, Marcelo Drummond, em entrevista à CNN, neste sábado (7).
O diretor, morto na última quinta-feira (6) após um incêndio atingir seu apartamento, travava há 43 anos uma disputa judicial contra o apresentador e empresário Silvio Santos, que comprou o terreno em 1980.
A ideia do comunicador era erguer um arranha-céu para seu grupo empresarial, no entanto, sabendo do impacto do prédio ao espaço cênico e região, Zé Celso foi à Justiça.
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O diretor de teatro José Celso Martinez Correa, ou Zé Celso, durante entrevista realizada na capital paulista.
Crédito: MILTON MICHIDA/ESTADÃO CONTEÚDO/AE -
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O diretor de teatro Zé Celso fala ao público durante audiência pública no Teatro Oficina, em São Paulo, para discutir a aprovação da Condephaat para a construção de duas torres comerciais ao lado do teatro., em setembro de 2013.
Crédito: JOSÉ PATRÍCIO/ESTADÃO CONTEÚDO/AE -
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O diretor de teatro Zé Celso fala ao público durante audiência pública no Teatro Oficina, em São Paulo, para discutir a aprovação da Condephaat para a construção de duas torres comerciais ao lado do teatro., em setembro de 2013.
Crédito: JOSÉ PATRÍCIO/ESTADÃO CONTEÚDO/AE -
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Zé Celso Martinez Correa, diretor, dramaturgo e ator, no Teatro Oficina em São Paulo.
Crédito: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO/AE -
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Zé Celso Martinez Correa, diretor, dramaturgo e ator, no Teatro Oficina em São Paulo.
Crédito: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO/AE -
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Retrato do ator e diretor José Celso Martinez Corrêa (c), mais conhecido como Zé Celso, durante peça teatral, em fevereiro de 1983.
Crédito: ESTADÃO CONTEÚDO -
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Juntos há quase 40 anos, os diretores Zé Celso e Marcelo Drummond se casaram no início de junho
Crédito: Reprodução -
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O diretor de teatro Zé Celso fala ao público durante audiência pública no Teatro Oficina, em São Paulo
Crédito: JOSÉ PATRÍCIO/ESTADÃO CONTEÚDO/AE -
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O diretor de teatro José Celso Martinez Correia, ou Zé Celso, sorri em teatro da capital paulista.
Crédito: ESTADÃO CONTEÚDO -
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Zé Celso atuando como Dona Poloca em ensaio de “O Rei da Vela”, de Oswald de Andrade, no teatro Paulo Autran, em São Paulo, em outubro de 2017. Ele também foi diretor da remontagem da peça.
Crédito: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO/AE -
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O diretor de teatro José Celso Martinez Correa, ou Zé Celso, durante entrevista realizada no Teatro Oficina, na capital paulista, em setembro de 1995.
Crédito: O diretor de teatro José Celso Martinez Correa, ou Zé Celso, durante entrevista realizada no Teatro Oficina, na capital paulista, em setembro de 1995. -
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O diretor de teatro José Celso Martinez Correa, ou Zé Celso, durante entrevista realizada na capital paulista, em agosto de 1993.
Crédito: RENATA JUBRAN/AE -
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Brasil, São Paulo, SP. 04/02/1983. Parte do Grupo Oficina de teatro é vista reunida com um de seus fundadores, José Celso Martinez Corrêa, mais conhecido como Zé Celso (2º à dir.). – Crédito:DOMICIO PINHEIRO/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/Codigo imagem:39678
Crédito: -
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O diretor de teatro José Celso Martinez Corrêa, ou Zé Celso, em camarim de teatro da capital paulista, em junho de 1978.
Crédito: ROLANDO DE FREITAS/ESTADÃO CONTEÚDO/AE -
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Foto de arquivo de novembro de 2014 do dramaturgo José Celso Martinez Corrêa durante entrevista concedida em São Paulo.
Crédito: GABRIELA BILÓ/ESTADÃO CONTEÚDO -
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Foto de arquivo de novembro de 2014 do dramaturgo José Celso Martinez Corrêa durante entrevista concedida em São Paulo.
Crédito: GABRIELA BILÓ/ESTADÃO CONTEÚDO -
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Dramaturgo José Celso Martinez durante audiência pública realizada no Teatro Oficina, na Bela Vista, região central de São Paulo
Crédito: JOSÉ PATRÍCIO/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/ -
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Foto de arquivo de novembro de 2014 do dramaturgo José Celso Martinez Corrêa durante entrevista concedida em São Paulo.
Crédito: GABRIELA BILÓ/ESTADÃO CONTEÚDO -
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Foto de arquivo sem data do dramaturgo José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, em apresentação no Teatro Oficina, em São Paulo.
Crédito: ALLAN CALISTO/SEM DATA DEFINIDA/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO -
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Foto de arquivo sem data do dramaturgo José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, em apresentação no Teatro Oficina, em São Paulo.
Crédito: ALLAN CALISTO/SEM DATA DEFINIDA/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO -
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Zé Celso lutava na Justiça contra Silvio Santos há 43 anos por terreno do Oficina
Crédito: Teatro Oficina Uzyna Uzona / Reprodução -
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Foto de arquivo, de novembro de 2018, do dramaturgo José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, na ocasião dos preparativos da peça “Roda Viva”, no Teatro Oficina, em São Paulo.
Crédito: GABRIELA BILÓ/ESTADÃO CONTEÚDO -
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Foto de arquivo, de março de 2017, do dramaturgo José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, no Teatro Oficina, em São Paulo.
Crédito: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO -
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Foto de arquivo do dramaturgo José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, morto nesta quinta-feira (6).
Crédito: Estadão Conteúdo
“A construção dos prédios não só desconfiguraria todo o projeto da Lina [Bo Bardi], o Teatro Oficina, como vários outros imóveis tombados do Bixiga, como TBC [Teatro Brasileiro de Comédia], a Casa da Dona Yayá, o Castelinho da Brigadeiro, porque faria sombra em todos esses imóveis. Não é uma briga só nossa, mas do Ministério Público paulista também”, declarou Drummond.
Uma das particularidades do Teatro Oficina é uma grande janela em uma de suas partes laterais, que possibilita ao telespectador enxergar com certo privilégio a paisagem da cidade de São Paulo. O elemento faz parte do projeto arquitetônico de Lina Bo Bardi, que também projetou o MASP, e fez o Oficina ser considerado “o melhor teatro do mundo” em termos de arquitetura pelo jornal The Guardian.
Zé Celso defendia a criação de um parque no terreno, ao invés dos prédios desejados por Silvio Santos.
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Durante a entrevista, Drummond relembrou que, no dia de seu casamento – Zé e Drummond se casaram em cerimônia no Oficina, no início de junho, mesmo juntos há quase 40 anos – o casal recebeu uma intimação do Grupo Silvio Santos.
“Recebemos uma intimação porque ganhamos de presente um ipê da Fernanda Montenegro pra plantar e ser a primeira árvore plantada do Parque do Bixiga. Recebemos uma intimação que não poderíamos fazer isso e nos custaria uma multa de R$ 200 mil a cada vez que perturbássemos os proprietários”, disse.
“A gente continua querendo o parque. Acho que é o momento de fazer o parque. É uma homenagem justa ao Zé Celso. O Bixiga não tem praça, tem uma densidade habitacional urbana enorme e não existe um parque onde as crianças possam brincar, onde se possa passear com os animais”, continuou.
“É um momento em que a gente vê que o mundo precisa sobreviver, precisa de árvores. Não precisa de mais prédios. Tem muitos prédios fechados em São Paulo, e muita gente na rua. Essa especulação imobiliária precisa ser repensada. O poder público, ao invés de apoiar a especulação, como está querendo fazer, devia começar a apoiar fazer parques em São Paulo. São Paulo precisa disso”, concluiu.
À CNN, o SBT disse: “O terreno é do Grupo Silvio Santos, mas não temos nada mais a declarar.”
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