OESTE PAULISTA

Tupi Paulista – Inconfidência Mineira

Há 235 anos já haviam pessoas descontentes com a corrupção e o abuso de poder. Daí surgiu a manifestação dos inconfidentes.

A Inconfidência Mineira foi a revolta, de caráter republicano e separatista, organizada pela elite socioeconômica da capitania de Minas Gerais contra o domínio colonial português.

Também conhecida como Conjuração Mineira, demonstrou a insatisfação local com a política fiscal praticada por Portugal. Essa revolta fracassou e teve em Tiradentes um de seus participantes mais conhecidos.

A Inconfidência Mineira não foi o único movimento de revolta e insatisfação dos colonos contra a Coroa portuguesa, mas, com certeza, foi um dos mais importantes — apesar de não ter sequer sido iniciado.

Foi uma de muitas demonstrações de insatisfação da capitania das Minas Gerais com Portugal.

Na década de 1750, Portugal era administrada pelo Marquês de Pombal, e sua administração, conhecida como pombalina, impôs um aumento de impostos sobre a colônia, visando a reconstrução de Lisboa, que tinha sido destruída pelo terremoto de 1755.

A continuidade de pesados impostos levou os colonos à conspiração.

Tiradentes, por exemplo, foi uma exceção, uma vez que ele não pertencia à elite da capitania.

Ele era militar e comandava a tropa que monitorava o Caminho Novo, estrada que ligava Rio de Janeiro a Minas Gerais.

Apesar de ser um movimento de elite, os envolvidos com a inconfidência eram dos mais variados ofícios, e entre os conspiradores havia membros da Igreja Católica, magnatas da região, comerciantes, fazendeiros, médicos etc.

A insatisfação foi transformada em ação contra Portugal, por conta das gestões de Luís da Cunha Meneses e do Visconde de Barbacena, ambos governadores da capitania.

O primeiro foi governador de Minas Gerais entre 1783 e 1788, e seu governo ficou marcado pela corrupção e pelo abuso de poder.

Ainda conseguiu irritar as elites locais ao prejudicar os interesses dessas em benefício de seus amigos mais próximos.

Já Luís Antônio Faro, ou simplesmente Visconde de Barbacena, assumiu o cargo em 1788, com a instrução de alcançar a meta de 100 arrobas de ouro estipulada pela Coroa.

Se necessário fosse, o visconde deveria realizar uma derrama, isto é, uma cobrança obrigatória que visava cumprir a meta citada.

A Inconfidência Mineira ficou marcada na história brasileira como uma das maiores demonstrações de insatisfação dos colonos contra a metrópole portuguesa.

Essa conspiração, no entanto, nunca chegou a ser iniciada, pois foi descoberta antes de ser deflagrada.

As autoridades coloniais em Minas Gerais receberam denúncias acerca de uma conspiração em curso.

No dia 18 de maio de 1789, alguns dos líderes da Inconfidência foram avisados de que sua conspiração tinha sido denunciada e que todos corriam perigo. O governador da capitania, Visconde de Barbacena, recebeu seis denúncias, e a mais consistente foi realizada por Joaquim Silvério dos Reis.

Joaquim Silvério dos Reis era um fazendeiro e dono de minas de ouro. Naquela altura (1789) estava consideravelmente endividado com as autoridades portuguesas, e, para livrar-se de suas dívidas, resolveu denunciar o movimento. Contou tudo, com grande detalhamento, dos planos dos inconfidentes.

Em posse de valiosas informações, o visconde de Barbacena ordenou a suspensão da derrama e deu início às prisões dos nomes denunciados. Em meio a prisões e interrogatórios, o julgamento estendeu-se por três anos.

A leitura da sentença aconteceu no dia 18 de abril de 1792 e durou 18 horas.

As sentenças foram variadas e algumas das penas foram: degredo para a África, prisão perpétua e morte por enforcamento.

Tiradentes e muitos outros foram condenados à morte por enforcamento, mas, antes de execução da pena, uma carta enviada por d. Maria, rainha de Portugal, concedeu o perdão real a todos, menos a Tiradentes.

Entre todos os membros, Tiradentes era o de posição social mais humilde, ele não era membro da elite econômica de Minas Gerais.

Além disso, sua função na conspiração era de extrema importância: ele era o propagandista do movimento. Por isso foi tirado como exemplo, e sua pena foi a única mantida.

Tiradentes foi enforcado no dia 21 de abril de 1792, foi também esquartejado e partes do seu corpo foram colocadas na estrada que ligava o Rio de Janeiro a Minas Gerais (Caminho Novo).

Sua cabeça foi colocada em exposição na praça central de Vila Rica, atual Ouro Preto. Hoje no local existe um monumento em homenagem a esse personagem histórico.

Antonio Luciano Teixeira