Presidente Bernardes – Funcionários protestam contra fechamento da Fundação Casa
Trabalhadores da Fundação Casa (Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente) de Presidente Bernardes protestam contra o fechamento da unidade, que tem capacidade para abrigar 128 adolescentes, anunciado pela Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania para o fim de março. Um comunicado oficial teria sido emitido neste domingo. Em carta aberta à população, os trabalhadores alegam que a medida afeta diretamente 110 famílias de servidores do centro, além dos próprios adolescentes atendidos que sofrerão com questões financeiras, por maior distanciamento de seus familiares, comprometendo a ressocialização. Ainda, pontuam que, no local, atualmente com apenas 40 jovens, apenas três das quatro salas de aula estão em funcionamento. Dez professores estão sendo desligados após o período de atribuição de aulas, que ocorreu em janeiro, o que significa que, a partir do fechamento da unidade, poderão ficar sem atividades para desenvolver no restante do ano.
Funcionários se mobilizaram em frente a unidade, no sábado, empunhando faixas contra o encerramento das atividades. Neste domingo, se reuniram com o vice-prefeito, Cleberson Duarte (MDB), que divulgou um vídeo solicitando apoio da Unipontal (União dos Municípios do Pontal do Paranapanema) para tratar sobre a questão. Nesta segunda-feira, na capital paulista, o presidente da entidade, Ed Thomas (sem partido), informou à reportagem que está se informando sobre o assunto com o chefe do Executivo, Reginaldo Luiz Ernesto Cardilo (PP), o Nadinho, para definir quais medidas poderão ser adotadas.
“Estamos diante de um prejuízo sem precedentes que afetará inúmeros municípios devido à falta de atendimento de um trabalho essencial, realizado em colaboração por professores do Estado, educadores e servidores da Fundação Casa. Tudo isso em nome da contenção de gastos. Mas, é crucial questionarmos: quantas famílias serão prejudicadas pelo deslocamento de seus filhos? Vale a pena sacrificar o bem-estar desses jovens em nome de uma economia mísera?”, alegam os trabalhadores, na carta aberta à população.
Alegam que devem ser levados em conta os empregos diretos e indiretos que serão afetados pelo fechamento da unidade, bem como a estrutura das cidades, “já fragilizadas pela escassez de postos de trabalho”. “Os professores, verdadeiros heróis por abrirem mão de outras oportunidades para contribuir na socioeducação, agora enfrentam uma resposta inadequada e desumana por parte da instituição. E, para agravar ainda mais a situação, o processo de atribuição de aulas já passou, deixando esses profissionais sem perspectivas de trabalho”, frisa o grupo.
“Não podemos ignorar que o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) garante a proximidade familiar, essencial para o processo de ressocialização. Entretanto, a própria instituição que deveria zelar por esses direitos pode estar ferindo-os gravemente, indo contra os princípios amparados pela Constituição”, ainda destaca o documento em nome de todos os trabalhadores do local.
Fonte : O Imparcial de Prudente