Presidente Prudente – Câmara encaminha representação contra Ed Thomas ao MPE
Documento pede avaliação da Promotoria de Justiça sobre possível má gestão do prefeito
A Câmara Municipal de Presidente Prudente encaminhou ao MPE (Ministério Público Estadual) um documento com diversos anexos que pedem a avaliação da Promotoria sobre possível má gestão da administração do prefeito Ed Thomas (sem partido).
O documento foi encaminhado na tarde desta segunda-feira, após o poder Legislativo receber respostas referentes a ofícios protocolados na última semana.
A decisão de encaminhar a documentação foi tomada após reuniões realizadas na última semana sobre a dívida do município em relação ao contrato com o Ciop (Consórcio Intermunicipal do Oeste Paulista), que trata dos trabalhadores que prestam serviços na área de saúde da cidade. “Por ora, [a situação] tem acordo e deve ser sanada, porém, existem outros diversos problemas de ordem econômica e administrativa na cidade”, pontua a casa de leis.
Em nota enviada nesta segunda, a Prefeitura disse lamentar “a postura do Legislativo em tornar as negociações com o Ciop em uma disputa política, propondo um afastamento do chefe do Executivo sem qualquer respaldo legal”.
“A administração municipal já anunciou que houve entendimento entre as partes para regularização dos pagamentos, por meio de um acordo firmado entre a Prefeitura e o consórcio”, afirma. “Dessa forma, a insistência da Câmara em propor o afastamento do chefe do Executivo, mesmo diante do acordo já firmado e amplamente divulgado, comprova que se trata de uma medida estritamente política”, reitera.
O Executivo destaca que o município tem, na medida de sua disponibilidade financeira, regularizado os repasses de seus fornecedores e parceiros, como é o caso da Cooperlix (Cooperativa de Trabalhadores de Produtos Recicláveis de Presidente Prudente), cujos débitos pendentes foram quitados pela administração municipal.
Na semana passada, em entrevista a O Imparcial, Ed Thomas se posicionou sobre ter se tornado alvo da casa de leis. Veja abaixo a resposta na íntegra:
O Imparcial: Como o senhor recebe a informação do anúncio de que a Câmara irá acionar o MPE para solicitar o seu afastamento do cargo?
Ed Thomas: Recebo a informação com a consciência muito tranquila daquilo que fiz em três anos. Na política e também na vida, você será mais lembrado por aquilo que não fez, do que por aquilo que fez. E é natural, porque fazer é obrigação. Então, [esse pedido de afastamento] é algo intempestivo. Qual é o amparo jurídico disso? Eu confio na verdadeira justiça, se for o papel da Justiça fazer este julgamento.
Continuo com o mesmo respeito à Câmara Municipal, com ela dizendo sim para projetos ou dizendo não. Nós tentamos de todas as formas sempre buscar o melhor para a cidade com a aprovação da Câmara e em algumas destas situações não tiveram a aprovação do Legislativo, desde a venda de terrenos inservíveis da Prefeitura a um empréstimo de R$ 90 milhões. Mas é sempre o respeito ao Legislativo o que vai prevalecer. E sempre confiar na Justiça, não deixo de forma nenhuma de confiar na Justiça.
Tenho uma consciência muito tranquila daquilo que enfrentei nestes três anos, desde a greve de motorista quando assumi uma Prefeitura com o transporte coletivo com funcionários sem receber e nós colocamos em dia através de uma CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] da Câmara, que pedia a retirada da empresa de ônibus. Nós fizemos todo o processo, todo um enfrentamento daquilo que não quiseram enfrentar, que foram empurrando e, em dado momento, chegou nesta administração, mas é assim que é.
Aqui não se tem choro, não. Aqui tem, acima de tudo, coragem e, às vezes, pago pelo excesso de coragem, da vontade de fazer e de resolver aquilo que não resolveram. A gente é eleito para fazer, ninguém é eleito para fazer o pior, de forma nenhuma.
Nós temos dificuldades na Prefeitura como tantos outros municípios espalhados por este país. Estamos em um enfrentamento diário, numa dificuldade sempre muito grande, tentando honrar aqueles que têm relacionamento com a Prefeitura. É claro que não está fácil, tem dificuldades e falta dinheiro, mas é claro também que há um enfrentamento e a busca por um controle diário para fazer uma cidade melhor.
Fonte : O Imparcial dePrudente