Luciano Teixeira
OESTE PAULISTA

Tupi Paulista – Proclamação da República completa 134 anos

Em 1888, a Lei Áurea aboliu oficialmente a escravidão, mas o Império estava em crise.

Por um lado acreditava-se que os antigos escravizadores aderiram aos ideais republicanos para destituir a família real.

Mas o cenário era bem mais amplo.

Dom Pedro II estava muito doente e a sucessora seria a princesa Isabel, que era casada com um francês, o conde D’Eu, considerado impopular, figura que também já havia criado conflitos com os militares na ocasião da Guerra do Paraguai.

“A participação do conde D’eu na Guerra do Paraguai é um dos fatores de impopularidade.

Ele era arrogante.

Dizem que ele promoveu massacres.

Não tinha aptidão para administrar”, conta a historiadora Catia Faria.

Quem também tinha pouco prestígio entre os militares era o visconde de Ouro Preto, chefe do gabinete do Império e conhecido pela intransigência.

 

Ele foi nomeado por Dom Pedro II para fazer as reformas que os republicanos buscavam.

Em 1870, o Brasil saiu vitorioso da Guerra do Paraguai e os militares não tinham recebido do imperador o reconhecimento que esperavam.

O Brasil estava em crise econômica por causa de dívidas motivadas, principalmente, pela guerra.

O sistema de governo da Monarquia era considerado atrasado.

“Os ideais republicanos chegam ao Brasil a partir da França, da ideologia do positivismo. Basicamente é uma burocracia estatal calcada na competência”, explica a professora de História do Direito Brasileiro, Maria Cristina Vieira.

Para alguns historiadores, a primeira república brasileira não foi proclamada, mas sim aclamada pela pouca resistência que encontrou por parte da Monarquia. Uma das imagens que retrata a cena é a tela Proclamação da República, de Benedito Calixto.

 

Quem morava nas intermediações do Campo de Santana e do Palácio Duque de Caxias era um dos comandantes da Guerra do Paraguai, o marechal Deodoro da Fonseca.

“Sem Deodoro, não teria república”, conclui o historiador do Centro de Estudos e Pesquisas do Exército, coronel Antônio Ferreira.

No dia 15 de novembro de 1889, o marechal Deodoro saiu de sua casa no centro do Rio, próximo à Central do Brasil, para proclamar a República acompanhado por uma tropa de cerca de mil militares.

A república brasileira deu prazo para que a família real deixasse o país.

Depois da expulsão, Dom Pedro II escreveu “Resolvo, cedendo ao Império das circunstâncias, partir com toda a minha família amanhã, deixando esta pátria de nós estremecida. Conservarei do Brasil a mais saudosa lembrança, fazendo ardentes votos por sua grandeza e prosperidade”.

Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br Edição: Liliane Farias.

A proclamação foi fruto da crise do império e sua incapacidade de atender as novas demandas que foram surgindo na sociedade brasileira.

Consequências – A Proclamação da República foi um acontecimento marcante na história de nosso país e trouxe mudanças significativas.

Entre elas, podemos mencionar: Implantação da república; Implantação do federalismo; Estabelecimento do sufrágio universal masculino e fim do voto censitário; Implantação do Estado laico; Estabelecimento do presidencialismo.

O dia da Proclamação da República é feriado nacional pela Lei no 10.607, de 19 de dezembro de 2002.

Antonio Luciano Teixeira

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