Foto: Camara Man
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Tupã – Tem surto de cinomose canina

Tupã vive um surto de cinomose canina. A doença é grave, sem cura, altamente contagiosa entre os cães (superior, inclusive, à leishmaniose) e pode levar os animais a óbito, principalmente quando não diagnosticada e tratada precocemente.

A médica veterinária Daniela Aguida Piva disse que, em seu consultório, atende entre dois a quatro animais contaminados com a doença por dia. “A principal causa para o aumento desses casos, é que as pessoas não estão vacinando ou atrasando a vacina de seus cães. Esses animais devem tomar doses das vacinas V8 ou V10 de preferência importada, que é mais segura”, disse Daniela, ao explicar que a doença é transmissível apenas para cães e não contamina humanos, pássaros e gatos.

Os cães que não foram vacinados ainda filhotes podem tomar uma dose da vacina. “Nos filhotes são três vacinas. Toma uma hoje e as outras duas no intervalo de 21 dias. As vacinas podem ser aplicadas a partir dos 45 dias de vida. Cada dose da vacina custa entre R$ 105,00 a R$ 120,00”, explicou a médica veterinária.

A infecção acontece quando os cães saudáveis têm contato com animais contaminados. “Os cães infectados podem urinar no poste e o animal saudável ter contato com essa urina e ser contaminado. Isso pode acontecer também por meio do contato com as fezes, baba e espirros”, afirmou Daniela. “O animal saudável é infectado ao ter contato com essas secreções por meio das vias aéreas e pela boca que atinge o sistema nervoso central, a cabeça”, acrescentou.

De acordo com a médica veterinária, a doença não tem cura, mas possui tratamento paliativo que oferece melhor “qualidade de vida” ao animal até o óbito. “Nesse caso, a orientação é a eutanásia dos cães contaminados. Em cada 100 cães, apenas um se salva”, disse. “Os cães contaminados ficam com sequelas, apresentam mioclonia (tique) podem ficar acamados e ter convulsões”, acrescentou.

A melhor forma de prevenir a doença é com a aplicação da vacina e, caso contrário, realizar a eutanásia desses animais. A orientação é para que os animais contaminados sejam isolados para não terem contato com outros cães.

Os sintomas da cinomose canina são tosse, secreção nasal e ocular, ataxia (andar cambaleando), mioclonia, falta de apetite, diarreia, pneumonia, convulsões e perda dos movimentos. “A doença avança rápido. A perda dos movimentos pode acontecer entre sete a 20 dias após a contaminação”, afirmou Daniela.

Caso

A médica veterinária atendeu um cão que não tem acesso à rua. Mas nos fundos da casa onde mora existe um quintal com terra e árvores. “Em uma ocasião, a dona viu que ele comeu uma pomba. Em 15 dias ele começou a ficar mal, fizemos os exames e ele estava infectado com cinomose”, disse Daniela ao explicar que os pombos também são vetores de transmissão da cinomose. “O pombo vai em uma casa onde tem um animal doente bebe na mesma vasilha de água ou come a mesma comida do cão infectado e voa para a casa do cão saudável que, ao ter contato com essa pomba ou com o vírus, é contaminado pela doença”, afirmou.

Atendimentos

A Prefeitura de Tupã disse que não tem o número de casos infectados pela doença no município. “A prefeitura não pode fazer nada em relação a esses animais”, afirmou. As equipes do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) são proibidas de fazer essas visitas. “Essa é uma doença transmissível de animal para animal. Se entrarmos em um domicílio para fazermos uma visita de cinomose e vamos para outro, estaremos transmitindo essa doença”, disse. “O Centro de Zoonoses não pode fazer esse atendimento.  Não atendemos e não temos autorização para fazermos eutanásia nos casos de fase terminal. Os registros acontecem apenas em [clínica] particular”, explicou.

Por: site do Jornal Diário de Tupã