Luciano Teixeira
Oeste Paulista

Tupi Paulista – Esperança em dias melhores

Com o poema “Esperança” de Mário Quintana, iniciamos mais um ano.

“Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E — ó delicioso voo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança…
E em torno dela indagará o povo:

— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA…”

O poema “Esperança” de Mário Quintana é uma reflexão sobre a renovação anual, personificando a esperança como uma “louca” que habita o “décimo segundo andar do Ano” e se transforma em uma “meninazinha de olhos verdes” no final do ano, para lembrar a todos seu nome e a importância de mantê-la viva, pois o povo costuma esquecê-la no dia a dia, sendo uma mensagem sobre a necessidade de fé e otimismo para os recomeços da vida, mesmo diante das dificuldades.

Passemos a analisar o Poema: Ele começa com a personificação: A principal figura é a própria Esperança, tratada como um ser vivo, uma “louca” que reside no final do ano, simbolizando a virada e a passagem do tempo. Vai para o contexto de Final de Ano:

O poema está intrinsecamente ligado às festividades de fim de ano, quando as pessoas renovam as esperanças e deixam desilusões para trás, buscando um novo começo. Apresenta a Reversão da “Louca” para a “Criança”: A “louca” (Esperança) se joga no “delicioso voo” e renasce como uma “meninazinha de olhos verdes”, um ser puro e inocente, que precisa ser lembrada ao povo, que frequentemente se esquece dela. Chega na Mensagem Central: Quintana enfatiza que, embora a vida traga desafios e o tempo passe, a Esperança é essencial e precisa ser redescoberta e nutrida, pois é ela que nos impulsiona a continuar. Seu Estilo: É um poema em versos livres, sem métrica ou rima fixa, o que contribui para sua fluidez e tom conversacional, aproximando a mensagem do leitor.

Em Resumo: Quintana nos convida, através da imagem da Esperança, a valorizar o presente e a acreditar no futuro, lembrando-nos que, mesmo quando o ano “desce” e tudo parece perdido, a esperança se renova, como uma criança que nos recorda a beleza de recomeçar e a importância de ter fé.

Esperança é um poema que versa sobre a importância e a beleza deste singular sentimento chamado esperança.
No primeiro verso, percebemos que o poema se insere no mês de dezembro, representado metaforicamente como o “décimo segundo andar do Ano”.

As “sirenas”, as “buzinas” e os “reco-recos” sugerem as festividades que ocorrem nesta época e precedem o início de um novo ano.
O eu lírico, pois, personifica a esperança e diz ela ser uma “louca”, que vive no tal “décimo segundo andar do Ano”.

Naturalmente, quer isto dizer que tal época evoca em nós este sentimento personificado, posto que nos sentimos esperançosos com a chegada de um novo ano, que a muitos de nós é enxergado como um tempo de renovações, recomeços e transformações.

Então, vemos no poema que Esperança fantasia atirar-se do alto de tal Ano (um prédio?), em descida que pode ser interpretada como a passagem do ano, como um retorno ao “primeiro andar” (primeiro mês).

Já na calçada, torna ela a ser criança, “uma meninazinha de olhos verdes”, o que nos sugere simultaneamente as ideias de recomeço e de pureza.

Finalmente, impressionado com o pouso milagroso, o povo pergunta-lhe o nome, e Esperança, que parece ter de repeti-lo sempre, o faz vagarosamente, para que não esqueçam.

É bonita a mensagem deste poema.

Vemos que Esperança, tida como uma “louca”, transforma-se numa afável criança de olhos verdes, que enfim parece mais consciente que o próprio “povo”, sempre a lhe esquecer o nome.

Quer dizer: parece que todos nós, no decorrer do ano, esquecemos da importância de ter esperança em nossas vidas.
Esperança, pois, é um poema que nos relembra da beleza e da necessidade que temos de nutrir este sentimento.

Ano novo é tempo de renovar a esperança, de deixar para trás aquilo que já ficou para trás – os erros e o que não foi alcançado.

Antonio Luciano Teixeira