Luciano Teixeira
Oeste Paulista

Tupi Paulista – Tempo do Advento

O Advento é o início do ano litúrgico para os católicos; ele é marcado por um espírito de espera e preparação para o Natal.

Durante quatro semanas, a Igreja convida os fiéis a meditarem sobre a vinda de Cristo, tanto em sua primeira chegada, como no mistério da sua segunda vinda gloriosa.

Mais do que uma simples contagem regressiva para o Natal, o Advento é uma oportunidade de fortalecer a nossa fé, um tempo de conversão, oração e reflexão sobre o verdadeiro significado da encarnação de Jesus.

Conforme ensina o Catecismo da Igreja Católica, a vinda do Messias foi preparada ao longo de toda a história da Antiga Aliança. Assim, o Advento também nos liga ao povo de Israel, que esperava o Messias com profunda esperança.

Vivemos em tempos em que esperar é considerado perda de tempo.

Mas o Advento nos desafia a redescobrir o valor do silêncio, da vigilância e da conversão.

Afinal, não esperamos por um evento qualquer: esperamos pelo Senhor cuja vinda mudou para sempre a história da humanidade e cuja promessa nos sustenta enquanto aguardamos a plenitude de seu Reino.

A origem e propósito do Advento tem suas raízes nos primeiros séculos do cristianismo, quando a Igreja começou a organizar o calendário litúrgico para celebrar os mistérios da fé.

Inicialmente associado à preparação para a Epifania, este tempo ganhou maior estrutura com o passar dos séculos, tornando-se uma jornada de quatro semanas dedicada à expectativa pelo Natal e à reflexão sobre a segunda vinda de Cristo.

O que a Bíblia diz sobre o Advento, relaciona-se profundamente com as profecias do Antigo Testamento, que anteciparam a vinda do Messias, e nas promessas do Novo Testamento, que confirmam o cumprimento dessas promessas.

A primeira grande profecia encontra-se no livro de Gênesis, logo após o pecado original, quando Deus promete que a descendência de Eva pisaria a cabeça da serpente proporcionando a vitória futura sobre o mal.

É de bom termo entendermos que os símbolos e as tradições do Advento são mais do que rituais ou simples elementos decorativos.

A cada vela acesa, a cada oração compartilhada, somos lembrados da espera e da preparação que o Advento exige de nós.

A coroa do Advento, as velas que vão sendo acesas a cada domingo, os calendários de Advento e até mesmo as práticas em família nos convidam a mergulhar na espiritualidade deste tempo sagrado, ajudando-nos a nos preparar, corpo e alma, para o nascimento do Salvador.

Durante esse período, os cristãos dedicam-se a meditar sobre o mistério da encarnação e a rezar para se prepararem adequadamente para a celebração do nascimento do Salvador.

A Novena de Natal é uma tradição profundamente enraizada na Igreja Católica, marcada por nove dias de oração e preparação espiritual que antecedem o Natal.

Esta prática remonta ao século XVI, quando, em 1581, o Papa Sisto V aprovou a celebração da Novena como uma forma de preparar os fiéis para o nascimento de Cristo.

Em nossa tradição, a Novena de Natal é celebrada na maioria das vezes em família, ou grupos de amigos, com a união de orações, cantos e gestos simbólicos.

Em algumas novenas, cada dia tem uma intenção específica, refletindo sobre as figuras que participaram do nascimento de Cristo, como Maria, José, os pastores e os reis magos, e também sobre as virtudes que devemos cultivar, como a paz, a humildade, a caridade e a fé.

Ao longo dos séculos o Advento, como período litúrgico, passou por um desenvolvimento gradual na história da Igreja. Inicialmente, não houve uma celebração formal do Advento nos primeiros séculos do cristianismo.

O foco era a preparação para o Batismo, com os fiéis se preparando para a celebração do Natal.

Foi somente no século IV que a Igreja Ocidental começou a considerar o Advento como uma temporada litúrgica, com um caráter penitencial e de preparação para a vinda de Cristo.

O Advento nos convida a sair do barulho do cotidiano e entrar no silêncio da oração.

Estabelecer momentos diários de oração e meditação é essencial.

Não basta esperar; precisamos nos abrir para ouvir a voz de Deus, refletindo sobre como a chegada de Cristo deve tocar profundamente nossa vida.

Ajudar os necessitados, com tempo ou recursos, é uma forma de vivenciar o verdadeiro espírito do Advento.

Por fim, enquanto nos ocupamos com os preparativos externos para o Natal, devemos dedicar ainda mais atenção à preparação interna da nossa alma.

Antonio Luciano Teixeira