Tupi Paulista – Brasileiro ou Brasiliano?
De quando em quando aflora em algumas cabeças essa dúvida, quem nasce no Brasil é brasileiro ou brasiliano? O Dicionário Houaiss explicou: o sufixo de nação é “ano”, como em americano,
australiano, italiano, mexicano, ou “ês”, como em francês, português, inglês ou japonês.
Já o sufixo de profissão é “eiro”, como em padeiro, carpinteiro, jardineiro, relojoeiro, engenheiro e, lamentavelmente, em “brasileiro”.
A expressão “brasileiro” é o gentílico mais comum e amplamente aceito para se referir a alguém que nasceu no Brasil. “Brasiliano” também é válido, mas menos usado, principalmente em contextos informais ou em referências a outras línguas. Portanto a origem da palavra “brasileiro” remonta ao período colonial, quando designava quem extraía o pau-brasil. Embora “brasiliano” seja um gentílico válido, “brasileiro” prevaleceu no uso devido à história e à disseminação da língua portuguesa.
A palavra “brasileiro” tem uma origem curiosa, relacionada à profissão de quem extraía o pau-brasil, uma madeira valiosa na época colonial. Com o tempo, essa palavra passou a designar a nacionalidade brasileira, tornando-se o gentílico mais comum.
Apesar da existência de “brasiliano”, a forma “brasileiro” é a mais amplamente utilizada e compreendida, tanto em Portugal como no Brasil. Portanto, é aconselhável usar “brasileiro” para se referir a alguém que nasceu no Brasil, a menos que haja um contexto específico que justifique o uso de “brasiliano”.
A partir de meados do século XIX, o português que voltava rico da antiga colônia (Brasil) era definido como um verdadeiro “brasileiro” por seus compatriotas, revalida o sufixo como parte da explicação de Houaiss para a herança portuguesa de falta de sentimento de nação (e cidadania) entre muitos de nós brasileiros.
Conta a história que os portugueses que voltavam ricos da antiga colônia (Brasil) e atuavam como filantropos na terra natal.
Dá para imaginar quantas pessoas vieram para cá ser brasileiros.
Ganhar dinheiro com nossas terras, pedras, rios e florestas… Milhões ao longo dos séculos usando o Brasil como profissão em vez de trabalhar para ele, por ele, pelo nosso povo, pela nossa nação. ” Por conta do sucesso em fazer dinheiro por aqui, e voltar para Portugal, havia dois tipos de personagens.
Aqueles que regressavam ricos, os “brasileiros”, bancavam obras do governo, colecionavam títulos de nobreza e atuavam como filantropos e mecenas na terra natal.
Já aqueles que retornavam de bolsos vazios, pois conseguiram apenas o necessário para o próprio sustento, eram debochadamente denominados “abrasileirados”.
Arrasado por uma guerra civil e com a economia estagnada, Portugal tornou-se simples porta de saída para o outro lado do Atlântico e o sonho de milhares de portugueses, na maioria semianalfabetos, era ir para o Brasil fazer fortuna e voltar recompensados para ganhar o respeito, a admiração e a reputação que nunca teriam se não tivessem deixado as terras lusitanas.
Os “brasileiros” retornavam para suas cidades portuguesas de origem, exibiam seu poder (novo rico) construindo palacetes, escolas, hospitais, estradas e igrejas, ou tornando-se sócios de bancos, seguradoras e outras empresas, e ganhavam reconhecimento do governo e da igreja com comendas e títulos. Desta forma, o exemplo dos regressos bem-sucedidos retroalimentava e ampliava a imigração dos candidatos a “brasileiros”.
O Brasil passou a ser visto pelos portugueses como um país do futuro (deles) e a vinda para cá tinha um objetivo muito claro e pragmático: trabalhar duro e acumular o máximo possível de recursos que somente seriam gastos após o retorno à terrinha.
Ou seja, como ainda hoje pensam e agem muitos “brasileiros”, o mais importante é o interesse pessoal e o Brasil que se dane.
Depois de conhecer a história contada nessa versão já podemos definir que preferimos nos considerar autênticos brasilianos? Ou não?
A fonte www.grupocataratas.com, e o artigo do biólogo marinho Marcelo Szpilman, muito inspirou e contribuiu para esse trabalho.
Antonio Luciano Teixeira