Luciano Teixeira
Oeste Paulista

Tupi Paulista – A tecnocracia no Brasil Parte 02 – Final

A identidade brasileira se relaciona com sua expressão máxima, considerando que na bandeira nacional existe o lema: “Ordem e Progresso”. Este lema foi criado por Auguste Comte que foi secretário e discípulo de Saint-Simon, o influenciando a criar o positivismo.

A proposta de Comte era a fundação de uma nova civilização pautada na humanidade unida sob a Sociocracia: uma releitura da tecnocracia. Esta releitura chegou ao ápice em 1881 com construções de templos para humanidade.

O idealizador da Tecnocracia no Brasil foi Abílio de Nequete que fundou o Partido Tecnocrata em 1926, sob a máxima. “técnicos de todos os países, uni-vos”. Entretanto, a Tecnocracia se iniciou durante o Estado Novo quanto houve a industrialização do país e as conquistas dos direitos trabalhistas.

 

O então presidente Getúlio Vargas discursou no dia 4 de maio de 1931: “A época é das assembleias especializadas, dos conselhos técnicos integrados à administração.

O Estado puramente político, no sentido antigo do termo, podemos considerá-lo, atualmente, entidade amorfa, que, aos poucos, vai perdendo o valor e a significação”. Porém, o aprofundamento da Tecnocracia se daria com João Goulart pelas reformas de base, mas o presidente foi deposto do cargo após uma alegada tentativa de mobilizar uma revolução no país.

Os setores da alta sociedade civil conservadora e militar brasileira subverteram o projeto tecnocrata que teve seu conceito adaptado para a realidade autoritária e caracterizava-se primariamente por um crescimento econômico baseada em sistemas de exclusão da classe trabalhadora das decisões políticas.

Paralelamente ao endurecimento do regime, o governo militar punha em ação o plano de modernização da indústria nacional, baseada na racionalidade tecnicista.

A Plutocracia que interrompeu a Tecnocracia no Brasil foi marcada por intervenções negativas do Estado na política econômica.

 

Entretanto, depois do fim do periodo Militar houve iniciativas democráticas de partidos com traços tecnocratas de Getúlio Vargas e João Goulart tendo em vista consolidar o Brasil como grande potência: a – PRONA (Partido de Reedificação da Ordem Nacional), de extrema-direita: foi extinto depois da morte de seu líder Enéas Ferreira Carneiro; b – PDT (Partido Democrático Trabalhista), de centro-esquerda: foi enfraquecido e perdeu as características originais depois da morte de seu líder Leonel Brizola.

O processo de modernização do Estado brasileiro, que foi marcado pela tecnocracia, teve como consequência a predominância da tecnocracia sobre a democracia, com implicações para a participação popular e a transparência na gestão pública.

A tecnocracia é questionada por alguns estudiosos e especialistas, que argumentam que ela pode levar a uma gestão burocrática e centralizada, limitando a participação popular e a diversidade de opiniões na tomada de decisões.

Mas a tecnocracia também enfrenta desafios em relação à efetividade das políticas públicas e à necessidade de adaptação às realidades sociais, econômicas e culturais do país.

Em resumo, a tecnocracia no Brasil é uma ideologia que defende a substituição da política por especialistas técnicos e cientistas na gestão do Estado, com implicações para a participação popular

, a transparência e a efetividade das políticas públicas. Certo mesmo, é que em breve estaremos envolvidos em um caminho sem volta na ideologia da tecnocracia global.

Antonio Luciano Teixeira