Tupi Paulista – Tecnocracia e o processo de modernização do Estado
Hoje vamos percorrer um caminho diferente, aprendendo e conhecendo um pouco do que nos cerca na atualidade e nos espera no futuro.
A Tecnocracia é um sistema ideológico de governo no qual os tomadores de decisão são selecionados com base em sua experiência em uma determinada área de responsabilidade, particularmente no que diz respeito ao conhecimento científico ou técnico.
Em sentido mais estrito, o termo tecnocracia se refere ao modelo de governabilidade funcional, no qual há aplicação das ciências no ciclo de todas as cadeias produtivas, garantindo a sustentabilidade.
termo era usado originalmente para designar a aplicação do método científico na resolução de problemas sociais, em contraste com a tradicional abordagem política.
No entanto, a palavra tecnocracia tem sido usada popularmente para indicar qualquer tipo de administração feito por especialistas de qualquer campo (não apenas da ciência física) e em diversos contextos.
Isto significa que, no lugar de convenções econômicas obsoletas – e paradoxalmente em uso como “Dois Tratados sobre o Governo” de 1689 de John Locke – os conceitos de “mão invisível sobre a economia” e “raça de trabalhadores” seriam substituídos por métodos científicos para gestão dos recursos e da sociedade.
Os esforços para capacitação técnica, o planejamento rigoroso para o desenvolvimento, a industrialização, a geração de empregos para cargos altamente especializados, a criação de infraestrutura a partir da economia inovadora, o aumento na qualidade da Educação Fundamental, Média e Superior com produção de Ciência & Tecnologia fariam dos cidadãos cientistas que governariam um Tecnado.
Deste modo, o Tecnado substituiria a República e os representantes que ocupam os poderes legislativos e executivos seriam escolhidos com base na experiência, no notório saber e pelas contribuições à humanidade – qualquer que seja o campo científico.
As aptidões técnicas e de liderança seriam selecionadas através de processos burocráticos, assentes no desempenho e conhecimentos especializados, ao invés de uma eleição “democrática representativa” cujo dispositivo é apenas o convencimento pelo marketing ao invés da competência.
História do termo – O termo tecnocracia deriva das palavras gregas tekhne, que pode significar técnica, destreza, habilidade ou aptidão.
Ao passo que kratos, designa governo. William Henry Smith, um engenheiro californiano, é apontado como o inventor do termo tecnocracia em 1919, que o definia como “the rule of the people made effective through the agency of their servants, the scientists and engineers”, embora a palavra já tivesse sido usada várias vezes antes.
História do projeto de governabilidade – O pensamento tecnocrata se origina nas raízes da Escola de Pitágoras cujo projeto era implantar “o Governo dos Sábios”. Pitágoras – mais de 2500 anos atrás – pode ser considerado “o primeiro pensador tecnocrata” que lutou pela causa do saber contra a tirania sendo perseguido e condenado à morte.
Entretanto os seus discípulos disseminaram suas ideias que permanecem atuais.
Para os pitagóricos a atividade científica seria a forma mais elevada de purificação da alma. Na modernidade, o Conde de Saint-Simon foi quem concebeu a Tecnocracia em 1814: “a economia não é uma ciência; é meramente uma política disfarçada”.
No início do século XX a Aliança Técnica, composta por diversos cientistas dos quais o mais conhecido foi Albert Einstein, forma as bases para a Tecnocracia atualizada.
Albert Einstein disse em tempos que “estamos no alvorecer de um novo mundo.
Os cientistas têm dado aos homens poderes consideráveis.
Os políticos se aproveitaram deles.
O mundo deve escolher entre a desolação indizível de mecanização para o lucro ou conquista, ou a juventude vigorosa da ciência e da técnica para atender às necessidades sociais de uma nova civilização”. A agenda de 2030, pode ser um marco para tudo isso!
Antonio Luciano Teixeira