MUNDO

ACNUR contabilizou intensificação dos conflitos em 2024

A Agência da ONU para Refugiados atuou em 43 emergências globais no ano passado; um terço das novas declarações estavam relacionadas ao clima.

Novas guerras, conflitos não resolvidos e um aumento nos desastres relacionados ao clima resultaram em níveis alarmantes de mortes, destruição e deslocamento forçado em 2024, exigindo das operações globais do ACNUR a responder a necessidades humanitárias cada vez mais intensas.

Em nove anos, entre 2016 e 2025, o número de pessoas que foram forçadas a se deslocar tende a dobrar de acordo com as projeções do ACNUR. Eram 67 milhões de pessoas nessa condição em 2016, podendo chegar a cerca de 140 milhões de pessoas em 2025. Representativamente, seria o 10º país mais populoso do mundo!

De acordo com o Relatório de Impacto 2024: Resposta a novas emergências e crises prolongadas (disponível em inglês), a Agência da ONU para Refugiados declarou 26 novas emergências no ano passado, sendo sete no nível mais grave. No total, o ACNUR respondeu ou gerenciou 43 emergências, incluindo 17 que se prolongaram desde 2023. Dentre estas emergências, há um destaque para a atuação do ACNUR no Rio Grande do Sul, ao qual um relatório específico foi produzido.

“Infelizmente, o número de crises no mundo continua extremamente alto, mas o ACNUR está se mobilizando rapidamente para onde somos mais necessários, por terra, ar e mar”, disse Ayaki Ito, Diretor da Divisão de Emergência, Segurança e Suprimentos do ACNUR. “A integração de novas tecnologias aos nossos sistemas está trazendo mais eficiência. O aprimoramento dos sistemas de alerta precoce e da análise de dados melhorou a forma como prestamos assistência e nos prepara melhor para novas emergências.”

Pelo segundo ano consecutivo, o ACNUR ampliou a resposta emergencial à brutal guerra no Sudão e seus impactos regionais, refletindo a persistência e a magnitude das necessidades. Outra emergência foi declarada para garantir proteção e fornecer assistência vital a refugiados e pessoas deslocadas no Líbano e na Síria.

Eventos climáticos extremos, como chuvas intensas e enchentes severas, levaram o ACNUR a emitir um número recorde de nove declarações de emergência relacionadas ao clima em um único ano – cerca de 1 em cada 3 emergências declaradas em 2024 – para apoiar comunidades deslocadas à força e comunidades de acolhida na África, Ásia e América Latina. Esses desastres impactaram áreas que já abrigavam refugiados e pessoas deslocadas por conflitos, agravando surtos de doenças, destruindo meios de subsistência e comprometendo infraestruturas essenciais.

Durante 2024, o ACNUR intensificou esforços em toda a África para garantir a inclusão de populações deslocadas na resposta ao surto de mpox (varíola dos macacos) e ampliou operações para lidar com crises contínuas e intensificadas na República Democrática do Congo, Mianmar, Ucrânia e no Darién.

“Nossas equipes estão presentes em 130 países, com outras prontas para serem mobilizadas,” acrescentou Ito. “Elas trabalham incansavelmente para aliviar o sofrimento por meio de assistência vital, coordenando-se com parceiros e refugiados para encontrar soluções. No entanto, o financiamento não está acompanhando o crescimento das necessidades. O apoio flexível e antecipado dos doadores públicos e privados é essencial para nos permitir agir imediatamente, onde for necessário.”

Em 2024, o ACNUR enviou 5,1 milhões de itens de socorro, no valor de US$ 45,8 milhões, a partir de sete armazéns globais, beneficiando cerca de 6 milhões de pessoas. Isso se soma aos estoques emergenciais preposicionados em armazéns regionais e locais. Além disso, 240 funcionários e parceiros de emergência foram treinados para resposta rápida e 132 foram mobilizados ao longo do ano, oferecendo expertise em áreas como prevenção de violência baseada em gênero, gestão de abrigos, saúde, dados e logística.

Além disso, quase 9 milhões de pessoas deslocadas acessaram informações nos sites UNHCR Help, destinados a prover informações confiáveis e atualizadas para as pessoas refugiadas e em necessidade de proteção internacional.

ACNUR – Agência da ONU para Refugiados

 via presswht.net.br