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OESTE PAULISTA

Região contabiliza média de 8,6 ataques de escorpiões por dia

A região de Presidente Prudente, que compreende os GVEs (Grupos de Vigilância Sanitária) 21, de Prudente e 22, Presidente Venceslau, ou seja, os 45 municípios da jurisdição do DRS-11 (Departamento Regional de Saúde), contabilizou no primeiro quadrimestre 1.046 pessoas picadas por escorpiões. Dados estatísticos referentes a ataques por animais peçonhentos, atualizados até o dia 30 de abril, pela SES (Secretaria de Estado da Saúde), apontam que, em 2024, foram 443 casos no GVE 21 e 603 no GVE 22. Isso representa uma média diária de 8,6 ataques de escorpiões. Felizmente, no período, não ocorreram óbitos relacionados aos casos.

Tendo em vista a constância dos ataques, principalmente em crianças, a SES tem promovido a campanha “Com escorpião não se brinca: Prevenção de Acidentes e Socorro Rápido”, cujo um material didático de apoio é disponibilizado em seu portal, com orientação a toda comunidade, mas principalmente aos trabalhadores da área da educação, que lidam diariamente com os pequenos, como coordenadores, professores e demais funcionários das escolas. O objetivo é disseminar informações e promover ainda atividades pedagógicas transversais sobre como evitar a proliferação de escorpiões, no sentido de prevenir e reduzir acidentes, orientar sobre a necessidade do rápido socorro às crianças picadas e evitar a ocorrência de óbitos.

A pasta estadual destaca que os escorpiões são encontrados em praticamente todos os ambientes, porém, o crescimento desordenado dos centros urbanos tem propiciado condições cada vez mais favoráveis à instalação e proliferação desses animais junto às habitações. “Promover a cooperação técnica com os municípios e dar orientações para a organização dos serviços tem sido a tônica dos trabalhos, criando instrumentos e organizando o serviço para um planejamento estratégico na perspectiva da vigilância em saúde e de uma rede de atuação com ações eficazes e efetivas no controle desse animal”, frisa. “A prevenção de acidentes e socorro rápido, bem como a busca ativa de escorpiões em áreas sabidamente infestadas e/ou com ocorrência de acidentes/óbitos e o manejo do ambiente são as metodologias utilizadas na tentativa de alterar o quadro epidemiológico”, complementa a secretaria.

Pontua que tais representantes da classe dos aracnídeos, predominantes nas zonas tropicais e subtropicais do mundo, se manifestam durante todos os meses do ano, tendo maior incidência nos meses de aumento de temperatura e umidade. No território paulista, as espécies de escorpiões de importância em saúde pública são as do gênero Tityus: Escorpião-amarelo (T. serrulatus) – com ampla distribuição em todas as macrorregiões do país, representa a espécie de maior preocupação em função do maior potencial de gravidade do envenenamento e pela expansão em sua distribuição geográfica no país, facilitada por sua reprodução partenogenética (sem a necessidade do macho) e fácil adaptação ao meio urbano; além do Escorpião-marrom (T. bahiensis) e o Escorpião-amarelo-do-nordeste (T. stigmurus).

O que fazer se avistar um escorpião? 

Notificar a presença/avistamento do escorpião à unidade de saúde mais próxima ou à UVZ (Unidade de Vigilância de Zoonoses) – antigo CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), se houver no município, é a primeira indiciação da SES. A pasta ainda explica que os escorpiões também podem ser capturados pela população em geral, colocando um frasco de plástico com boca larga sobre o exemplar e em seguida deslizando uma folha de papel bem firme, tipo cartolina por baixo do frasco, virando-o para que o escorpião seja enclausurado. “Este processo deve ser realizado com cautela e pela pessoa que se sentir segura em fazê-lo para evitar acidentes com o animal e com quem está fazendo a captura”, orienta.

Depois da coleta, deve-se fechar bem o frasco e encaminhá-lo para uma unidade notificante de atenção básica à saúde ou a UVZ. “Só faça a captura se se sentir seguro e protegido, senão, entre em contato com a prefeitura da sua cidade, comunicando o aparecimento do animal. A captura deverá ser realizada por técnicos treinados, do município onde está localizada a área com presença de escorpião”, completa.

Escorpionismo

Acidente escorpiônico ou escorpionismo é o quadro clínico de envenenamento provocado quando um escorpião injeta sua peçonha em uma pessoa através do ferrão (télson), esclarece a SES. Entre os sinais e sintomas, estão manifestações locais – dor de instalação imediata em praticamente todos os casos, podendo se irradiar para o membro e ser acompanhada de parestesia, eritema e sudorese local. Em geral, o quadro mais intenso de dor ocorre nas primeiras horas após o acidente. Entre as manifestações sistêmicas, pontua que, após intervalo de minutos até duas horas, podem surgir casos de sudorese profusa, agitação psicomotora, tremores, náuseas, vômitos, sialorreia, hipertensão ou hipotensão arterial, arritmia cardíaca, insuficiência cardíaca congestiva, edema pulmonar agudo e choque. “A presença dessas manifestações indica a suspeita do diagnóstico de escorpionismo, mesmo na ausência de história de picada ou identificação do animal. A maioria dos pacientes, principalmente os adultos, apresentam somente manifestações locais. No entanto, crianças constituem o grupo mais suscetível ao envenenamento sistêmico grave”, ressalta.

Primeiros-socorros

Em caso de ataque de escorpião, o primeiro passo é limpar o local da picada com água e sabão, aplicar compressa morna para aliviar a dor e, o mais importante, é procurar imediatamente atendimento médico, principalmente para crianças, para receber o tratamento o quanto antes. Caso a unidade de saúde, que possua o soro antiescorpiônico, seja distante, a indiciação é procurar o quanto antes um pronto atendimento, pronto-socorro ou hospital. “Se necessário, ligue para o 192, pois há urgência no atendimento. Todo o tratamento de acidente por picada de escorpião é gratuito pelo SUS [Sistema Único de Saúde]”, conclui a secretaria.

Tratamento

Segundo a SES, o HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo e a Santa Casa de Misericórdia são as unidades em Presidente Prudente que contam com o soro antiescorpiônico. Além deles, o medicamento encontra-se disponível em outras 16 instituições de saúde na região:

•    Hospital de Caridade Anita Costa de Santo Anastácio;
•    Hospital Maternidade de Rancharia;
•    Hospital Municipal de Iepê;
•    Hospital Regional de Porto Primavera, em Rosana;
•    Hospital Regional de Teodoro Sampaio;
•    Pronto Atendimento Municipal de Euclides da Cunha Paulista;
•    Pronto Atendimento Municipal de Mirante do Paranapanema;
•    Pronto Atendimento Municipal de Panorama;
•    Pronto Atendimento Municipal de Pirapozinho;
•    Santa Casa de Misericórdia de Adamantina;
•    Santa Casa de Misericórdia de Dracena;
•    Santa Casa de Misericórdia de Junqueirópolis;
•    Santa Casa de Misericórdia de Martinópolis; 
•    Santa Casa de Misericórdia de Presidente Epitácio;
•    Santa Casa de Misericórdia de Presidente Venceslau;
•    Santa Casa de Misericórdia de Tupi Paulista.

Fotos: Divulgação/Secretaria de Estado da Saúde

 

Fotos: Divulgação/Secretaria de Estado da Saúde

Fonte: O Imparcial de Prudente